O futuro do maior grupo de varejo do Brasil após 22 de junho

08/05/2012 00:57

O assunto em questão é nada menos do que a mais importante negociação empresarial em andamento no país, pois se trata do futuro do maior grupo de varejo (Pão de Açúcar) e da maior loja de eletroeletrônicos (Via Varejo) do Brasil. Juntas, essas empresas somam mais de 200 mil funcionários e faturam mais de 70 bilhões de reais por ano.

A negociação trata do controle do Grupo Pão de Açúcar, que passará a ser do Grupo Casino, a partir de 22 de junho deste ano. Isto ocorre após Abílio Diniz vender parte de suas ações ao grupo francês em 1999 e 2005. Porém, hoje Abílio luta para mudar sua situação, uma vez que, após esta data, ele terá seus poderes sobre a empresa, criada pelo seu pai Valentino Diniz em 1948, reduzidos e limitados. Sua primeira proposta foi, em conjunto com o banco de investimento BTG Pactual, lançar uma oferta para unir Pão de Açúcar e Carrefour, e tornar então Abílio um grande acionista do Casino. Proposta esta que foi rechaçada. Com isso ele passou a trabalhar em seu plano b, no qual sairia com ativos no valor equivalente à sua participação no Pão de Açúcar. Desta forma ganharia de volta o direito de usar suas 60 lojas do Pão de Açúcar como quisesse, além de ficar com a rede de supermercados Extra. Plano este que também teve vida curta, e mais uma vez foi rejeitado pelos franceses. Foi então que Naouri fez uma contraproposta ao brasileiro: o Pão de Açúcar seria dividido em duas empresas, sendo uma de alimentos e outra de eletroeletrônicos, com a mesma estrutura acionária da empresa atual (45% da Casino, 21% de Abílio eo restante dos minoritários). A empresa de eletroeletrônicos herdaria a atual participação de 53% na Viavarejo e também assumiria outros ativos. Daí seria feita uma troca de ações e os papéis de Abílio no Pão de Açúcar Alimentos seriam trocados pelas ações do Casino no Pão de Açúcar Eletro. Sendo assim, Abílio se tornaria controlador da Viavarejo e teria como novos sócios a família Klein.

Ainda assim, Abílio não está satisfeito, tampouco os franceses do Casino. E ainda agora, faltando pouco tempo para a tão famosa data, é difícil saber qual rumo o negócio irá tomar, e por sua vez, qual será o futuro destas grandes empresas, do mercado nacional e de todos os seus funcionários. Agora é esperar para ver.

Fonte: revista exame